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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Progressão continuada alastra analfabetismo funcional em SP, afirmam professores.
O avanço sucessivo e sem interrupções dos alunos da rede pública no estado de São Paulo preocupa docentes. Jovens chegam ao ensino médio e à universidade com dificuldades para ler e escrever

Por Suzana Vier*

Na sala de reuniões de uma escola da rede pública estadual de São Paulo, a professora de Língua Portuguesa Paula** comemora a evolução de um aluno da sexta série do ensino fundamental. “Ele escreveu o nome na capa do trabalho”, mostra a docente a três colegas e à reportagem da Rede Brasil Atual. Ele começou a ler e escrever apenas neste ano. Até o início de 2010, o garoto de 12 anos sequer abria o caderno, afirma Cristina**, responsável pela disciplina de Biologia. A professora conta que não é difícil detectar os alunos considerados “analfabetos funcionais”. “Ou ele avisa ou, na primeira leitura, eu vou perceber”, indica a docente.

O principal motivo para esse tipo de deficiência de aprendizado está, na visão dos docentes ouvidos pela reportagem, no sistema de progressão continuada, em que o aluno precisa apenas se fazer presente em sala de aula para ser aprovado automaticamente. No máximo, os alunos podem ser retidos na quarta série, por um ano, depois eles vão seguir, mesmo sem o conhecimento necessário. Os entrevistados ainda apontam problemas de infraestrutura, de salário e distanciamento das famílias.

“É comum 30% dos alunos da sexta série não saberem ler e escrever”, detecta Paula**, professora de Língua Portuguesa há 21 anos no magistério. A aprovação ano após ano, sem avaliação do conteúdo dominado pelo aluno permite que muitos estudantes terminem o ensino médio sem terem o conhecimento mínimo necessário, alerta Tomé Ferraz, professor de física e matemática das redes municipal e estadual de São Paulo.

“É a aprovação a qualquer custo”, identifica. “Em São Paulo, a educação são dados estatísticos, é porcentagem para lá, porcentagem para cá, mas não se analisa como o aluno está terminando o ensino médio. Depois ele vai ser só mais um diploma”, analisa o professor.

Paula conta que utiliza, nos primeiros dias de aula nas sextas séries em que leciona, ditado e produção de textos como ferramentas. A percepção do problema não demora. “Geralmente tem criança que entrega em branco, não sabe fazer nada do ditado”, aponta. “Se eles vão escrever, por exemplo, ‘bala’, eles colocam qualquer letra”, descreve.

Apesar de lecionar Biologia, Cristina faz um esforço pessoal para trabalhar a alfabetização com os alunos cuja atuação esteja comprometida. “Se eu alfabetizei meu filho de quatro anos, eu vou conseguir com um garoto de 12″, afirma. Ela cita que os alunos têm enorme dificuldade com sílabas complexas como “tra” e “pla”. “Eles conhecem formações silábicas básicas somente”, acentua.

Na hora de avaliar alunos de sexta série, sem condições de ler e escrever com fluência, Cristina utiliza métodos diferenciados do restante da classe. “Faço avaliação com prova oral e análise comportamental, afinal se ele não compreende o teor da prova não consegue responder. Uma avaliação escrita envolve habilidade de leitura e escrita”, explica.

Analfabetismo funcional – Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), analfabeto funcional é a pessoa que sabe escrever seu próprio nome, assim como ler e escrever frases simples, efetua cálculos básicos, mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, dificultando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das palavras, colocar ideias no papel por meio da escrita, nem fazer operações matemáticas mais elaboradas.

Sem compreender bem o conteúdo das disciplinas, o aluno de Cristina e Paula, que iniciou o ano sem estar alfabetizado, também se mostra desmotivado. Em uma única aula de biologia de 50 minutos, Cristina pediu atenção ao garoto pelo menos cinco vezes.

Sem coerência – Rosana Almeida, professora de sociologia da rede pública estadual, enfrenta problema semelhante com alunos do 1º ano do Ensino Médio. “Eles conseguem construir a palavra, mas não a frase”, diz. “Nós professores temos de aceitar que se a ideia dele foi certa, ele vai ser aprovado”, critica. “O jovem entendeu o que você explicou, mas não sabe escrever”.

O motivo para haver uma parcela significativa de alunos que chegam ao ensino médio sem estar devidamente alfabetizados envolve, de um lado, alunos com problemas de deficiência intelectual e, de outro, o “abandono” do sistema educacional, na visão da professora. “Você tem uma sala superlotada, a professora trabalha com quem sabe ler e escrever e quem não sabe vai ficando para trás”, expõe Paula.

Entre os principais problemas dos alunos que chegam ao ensino médio, Rosana cita que “não existe mais gramática, nem conjugação de verbo”. Quando a professora pede para os alunos produzirem um texto, surge resistência. “Chega na quinta (série) não sabe escrever e não consegue acompanhar, passa para a sexta, sétima e oitava. Na oitava, tem um índice de indisciplina altíssimo porque ele, de novo, não consegue acompanhar”, sustenta.

Paula confirma que os alunos que têm essa dificuldade acabam fazendo mais bagunça. “São os mais indisciplinados. Por não saberem nem ler, nem escrever eles não entendem nada, não participam da aula; o que resta é ficar bagunçando”, desabafa. “No ensino médio, os estudantes produzem jogos de palavras sem sentido, sem coerência e coesão. Isso tem bastante, até na universidade”, completa.

O motivo para haver uma parcela significativa de alunos que chegam ao ensino médio sem estar devidamente alfabetizados envolve, de um lado, alunos com problemas de deficiência intelectual e, de outro, o “abandono” do sistema educacional, na visão da professora. “Você tem uma sala superlotada, a professora trabalha com quem sabe ler e escrever e quem não sabe vai ficando para trás”, expõe Paula.

Em matemática o problema se repete, jovens dominam as contas básicas, mas não sabem porcentagem, por exemplo. “Elas têm a capacidade de raciocínio lógico, mas fazer a conta para chegar ao resultado, as crianças não sabem”, pontua Rosana.

Problema adiado – De 30 alunos da rede municipal da capital paulista, Tomé calcula que só dois teriam condição de estar no Ensino Médio, levando em conta o conhecimento em matemática. “Em física então, os professores vão ter muito problema, no ensino médio”, relata. Para o docente os alunos da rede pública de São Paulo que se formarem serão “alguns no turbilhão”.

Progressão continuada ou aprovação automática?

A progressão continuada, adotada a partir de 1998 em São Paulo, é um procedimento utilizado pela escola que permite ao aluno avanços sucessivos e sem interrupções, nas séries, ciclos ou fases, de acordo com a Agência EducaBrasil.

Para especialistas, é uma metodologia pedagógica avançada por propor uma avaliação constante, contínua e cumulativa, além de basear-se na ideia de que reprovar o aluno sucessivamente não contribui para melhorar seu aprendizado.

Sua aplicação, porém, transformou-se em sinônimo de “aprovação automática” dos alunos, segundo muitos professores e analistas.

Essa ideia leva em conta que a progressão foi adotada, no Brasil, sem se mudar as condições estruturais, pedagógicas, salariais e de formação dos professores.

Eduardo*, professor universitário, mestrando e pesquisador da geração Y – jovens nascidos a partir de 1980 –, analisa que os estudantes são vítimas de um círculo vicioso fatal para a vida profissional futura. A dificuldade inicial em ler e escrever, transforma-se em dificuldade de compreensão, de reunir informações e de se expressar diante do mundo, conceitua.

“Se o aluno não compreende frases inteiras, como ele vai resolver questões de matemática?” questiona. “Eles até sabem que 3 x 5 é 15, mas se você colocar na prova quanto é o triplo de 5 mais o dobro de 20, ele não vai saber”, exemplifica. “Se questões básicas não estão resolvidas, a estrutura fica afetada e o conhecimento que vem depois não se concretiza”, alerta Eduardo.

*Matéria originalmente publicada no site Rede Brasil Atual

** Os nomes de alguns professores foram trocados a pedido dos entrevistados

Revista Carta Capital

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/progressao-continuada-alastra-analfabetismo-funcional-em-sp-afirmam-professores/


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

VEJA REGRAS PARA O PROFESSOR GANHAR SUA APOSENTADORIA

Profissionais de sala de aula têm o direito de pedir o benefício cinco ano antes dos demais trabalhadores, segundo matéria de Juliano Moreira, publicada na edição de hoje (15/10), no jornal Agora S.Paulo.

Os professores que, além da sala de aula, exercem atividades de direção, coordenação e assessoramento pedagógico em escolas públicas ou privadas contam com regras diferenciadas para a aposentadoria. Na maioria dos casos, podem antecipá-la em cinco anos.

Professores que trabalham em salas de aula de escolas particulares ou contratados como servidores do Estado ou da prefeitura têm direito à aposentadoria com tempo mínimo de contribuição de 30 anos, para homens, e 25 anos, para mulheres. No caso do sistema público, há exigência da idade mínima.

Ao pedir o benefício, são necessários documentos e provas que confirmem a atividade exercida pelo profissional. A carteira de trabalho, a CTC (Certidão de Tempo de Contribuição) e qualquer outro documento que comprove o exercício de atividade em estabelecimento de ensino são registros indispensáveis.

Para quem trabalhou períodos intercalados em escolas privadas e públicas, esses documentos têm ainda mais valor, uma vez que o professor poderá utilizar os dois períodos em que exerceu suas atividades para, então, identificar por qual regime ele poderá se aposentar (se pelas regras do sistema público ou pelos critérios do INSS, da iniciativa privada).

Segundo advogados, no cálculo da aposentadoria por tempo contribuição do professor devem constar eventuais bônus e gratificações recebidas, desde que incorporadas ao salário da época em que ele exercia sua atividade.

Justiça. Na Justiça, o professor pode conseguir o seu benefício sem o desconto do fator previdenciário (índice que reduz a aposentadoria), pedindo a aposentadoria especial. Será preciso comprovar exposição de agentes nocivos.

Trabalho em mais de uma escola
. Se o professor tiver dois vínculos empregatícios, um no sistema de servidores e outro pela Previdência Social, terá direito a duas aposentadorias, desde que atendidas todas as exigências nos dois regimes.
. O trabalho em mais de uma escola de um mesmo regime só dará direito a uma aposentadoria.
. Nesse caso, as contribuições dos dois vínculos serão utilizadas para definir o valor do benefício, limitado ao teto de contribuição.

Entendas as regras
1. Para professores do Estado ou da prefeitura contratados como servidores
. Para professores que entraram no serviço público a partir de 1o de janeiro de 2004

. Aposentadoria voluntária:
. o professor terá:
. benefício integral como:
55 anos de idade + 30 anos de contribuição, se homem
50 anos de idade + 25 anos de contribuição, se mulher

. benefício proporcional com:
60 anos de idade, se homem
55 anos de idade, se mulher

Tempo mínimo de contribuição. No benefício integral e no proporcional, é preciso ter ao menos dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo que tem antes de se aposentar.

Para professores efetivos que entraram no serviço público até 31 de dezembro de 2003

Aposentadoria voluntária:
O professor terá benefício integral como:
55 anos de idade + 30 anos de contribuição, se homem
50 anos de idade + 25 anos de contribuição, se mulher
Condições. O professor deverá cumprir tempo mínimo de 20 anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo antes de se aposentar. Neste caso, o benefício será integral e corresponderá ao último salário do professor no cargo efetivo em que ele se aposentar.

Regras aplicadas nos dois casos
Aposentadoria compulsória
. O professor será aposentado obrigatoriamente aos 70 anos de idade
. O valor do benefício será calculado considerando os salários e o tempo de contribuição

Cálculo da aposentadoria
. Serão levadas em conta as 80% maiores contribuições de todo o período contributivo desde julho de 1994
. O benefício não poderá ser menor do que o salário mínimo (R$ 622) ou maior do que a remuneração do servidor no cargo em que ele se aposentou

Profissionais incluídos
. O benefício vale para profissionais no exercício de atividades docentes, em sala de aula e funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico.

2. Professores de escolas particulares ou que trabalham no serviço público com carteira assinada

Aposentadoria por tempo de contribuição
Professores de escolas particulares ou públicas que são contratados com carteira assinada e trabalham em sala de aula
O tempo mínimo de contribuição: 30 anos para homens e 25 anos para mulheres.
Professores universitários e de cursos de idiomas, de cursinhos pré-vestibulares demais empregados de estabelecimentos de ensinos infantil, fundamental e médio (administradores e funcionários de secretaria).

O tempo mínimo de contribuição: 35 anos para homens e 30 para mulheres

O cálculo da aposentadoria: nos dois casos, o valor do benefício é de 100% da média salarial do segurado e tem o desconto do fator previdenciário, índice que reduz os benefícios por tempo de contribuição de quem tem pouca idade.

Aposentadoria por idade
Idade mínima: 65 anos para homens e 60 anos para mulheres

Tempo mínimo de contribuição
Para segurados inscritos até julho de 1991: de cinco a 15 anos, dependendo do ano em que completou a idade mínima.
Para segurados inscritos após julho de 1991: 15 anos de contribuição.

APOSENTADORIA ESPECIAL NA JUSTIÇA
. É paga ao trabalhador que exerça alguma atividade nociva ou prejudicial à saúde
. Esse tipo de aposentadoria pode ser dado para o professor que demonstre que exerceu atividades nocivas
. Alguns desses elementos nocivos são, por exemplo, o giz, a posição (em pé) e o barulho
. O professor que se enquadrar nesse tipo de benefício tem direito de se aposentar com 25 anos de contribuição
. Será preciso demonstrar, na Justiça, que sua atividade é prejudicial (o que é feito por um lado chamado PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário).

SECOM/CPP

http://www.cpp.org.br/noticiascpp.php?id=6593&utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Siscon-Cpp+%28SISCON+-+CPP%29


HOJE DIA 15 DE OUTUBRO, LI ESTÁ MENSAGEM.

PERDOANDO E SENDO PERDOADO.
"NÃO VOS VINGUEIS A VÓS MESMOS, AMADOS, MAS DAI LUGAR À IRA, PORQUE ESTÁ ESCRITO: MINHA É A VINGANÇA; EU RECOMPENSAREI, DIZ O SENHOR." RO 12.19

Jesus nos ensinou a perdoar os nossos inimigos e mostrou-nos isto na prática ao morrer na cruz do Calvário, rogando o perdão do Pai para os Seus agressores (Lc. 23.34). No entanto, infelizmente, nem todos tomam posse desse perdão, mudando de vida, a fim de não serem condenados pela eternidade.

Pense, nesta palavra e no conselho, todos temos defeitos, mas podemos fazer a diferença. Se perdoar, perdoe de coração, não há necessidade de se aproximar deixe e libere, para que cada um viva a sua própria vida livre do peso eterno. 

Tenham um bom dia FELIZ DIA DOS PROFESSORES,  que o Senhor Jesus nos dê discernimento e sabedoria em nossas vidas. 

domingo, 14 de outubro de 2012

FELIZ DIA DOS PROFESSORES...

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS OS EDUCADORES... MAS O NÃO PARABÉNS PARA AQUELES PROFESSORES RELAPSOS E MENTIROSOS QUE EXISTEM NA REDE ESTADUAL.

sábado, 13 de outubro de 2012


Notícias da EFAP
Inscrições abertas para o curso Prevenção Corpo de Bombeiros nas Escolas

10/10/2012 15:53
O curso Prevenção Corpo de Bombeiros nas Escolas – AOE – 2ª Edição/2012 é voltado aos Agentes de Organização Escolar, em exercício nas escolas de Ensino Fundamental dos Anos Finais e do Ensino Médio, das Diretorias de Ensino (DE) da Grande São Paulo e das DEs dos polos 5, 6 e 7 do Interior.O curso tem carga horária de20 horas e acontecerá a distância, no Ambiente Virtual de Aprendizagem da EFAP. Serão oferecidas 3.264 vagas e os objetivos são: contribuir para a prevenção de acidentes no ambiente escolar, esclarecer sobre os procedimentos básicos a serem tomados em caso de emergência e alertar sobre a importância da conservação dos equipamentos contra incêndios disponíveis nas escolas.



As inscrições vão até o dia 21 de outubro.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Professor brasileiro ganha menos que metade do salário dos docentes dos países da OCDE119
Karina YamamotoDo UOL, em São PauloUm professor brasileiro do fundamental 2 (6º a 9º anos) ganhou, em média, US$ 16,3 mil por ano em 2009. Enquanto isso, na média, um profissional com formação e tempo de experiência equivalentes recebeu US$ 41,7 mil nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
FALTA DE DADOS BRASILEIROS SOBRE SALÁRIO É “ABSURDO”
“É um absurdo o Estado brasileiro não ter esse dado [sobre a remuneração do professor]”, afirma Rubens Barbosa de Camargo, pesquisador em financiamento da educação básica na USP (Universidade de São Paulo).O especialista lembra que o MEC (Ministério da Educação) realiza anualmente o Educacenso, um levantamento detalhado da educação básica. “Faz o censo escolar [com estatísticas do perfil dos professores, como sua escolaridade e número de escolas em que leciona] e não pergunta quanto ele [o professor] ganha?”, diz Camargo.Se for levada em consideração a situação do professor da rede pública, a comparação fica ainda pior. A média anual é U$ 15,4 mil. Os salários dos docentes brasileiros foram calculados, com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional Amostra de Domicílios) 2010 pela Metas - Avaliação e Proposição de Políticas Sociais a pedido do UOL. Já os dados da OCDE foram divulgados no começo de setembro no relatório anual Education at a Glance ("Olhar sobre a Educação" em tradução livre).“Salário é o principal [fator de atração para carreira docente]”, afirma o pesquisador Rubens Barbosa de Camargo, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo). E os estudos - além da experiência prática - confirmam e reafirmam a importância do professor na qualidade da educação.“Há muitos licenciados [profissionais com licenciatura que podem dar aulas] que deixam a profissão. Melhorando o salário, não só atrai a juventude como pode trazer de volta esses professores”, diz Camargo.Para a economista Fabiana de Felício, da consultoria Metas - Avaliação e Proposição de Políticas Sociais, a questão que se coloca é: como selecionar bons professores se a profissão não é valorizada. “É uma atividade desgastante e [dar aula é] um compromisso inadiável. Tem de pagar um salário compatível [para que valha a pena ser professor]” , diz Fabiana.
Diferença com outros profissionais
Pelos cálculos da consultoria Metas, o salário médio de um professor da rede pública com curso superior e com, pelo menos, 15 anos de experiência (US$ 15,4 mil) não chega a metade (48,5%) da remuneração dos demais profissionais (US$ 31,7 mil) no Brasil. No caso dos profissionais do fundamental de modo geral a diferença é um pouco menor. O salário anual médio de um professor da rede pública (US$ 13,1 mil) é 54,7% do médio das demais profissões (US$ 24,4 mil) com a mesma formação e o mesmo tempo de serviço.